Classicismo

• Marco inicial: 1527

Imagine uma viagem boa, uma viagem tão boa que foi capaz de modificar o fazer poético de todo um país. Pois é, em 1527, o poeta Sá Miranda retorna de sua viagem pela Itália e, na bagagem, traz uma série de ideias e de modos de fazer poesia renascentistas capazes de sacudir Portugal.

Esse marco é o marco inicial do Classicismo em Portugal: o retorno de Sá Miranda, em 1527, e o infusão das ideias do renascimento italiano no imaginário português. Porém, o que ocasiona o terreno fértil para esse movimento literário é uma junção de fatores, principalmente o fim da idade média no território europeu, impulsionada pelo renascimento e pelas grandes navegações.

Do Humanismo, ainda ecoa a transição para uma realidade mercantil e a ascensão dos ideais (e recursos) burgueses. Nesse ambiente, o saber começou a ser mais acessível, inclusive graças à criação da imprensa por Gutemberg. A partir daí, a expansão científica tomou mais força.

O antropocentrismo continua forte, sendo que o conhecimento passa a se opor à fé. Aliás, a ruptura com o mundo feudal é generalizada e o homem e a razão passam a ocupar o centro das discussões em todas as áreas, das ciências às artes.

Em termos de artes, o Classicismo representa a retomada da cultura clássica greco-romana (o próprio nome do movimento vem daí), no que diz respeito á mitologia pagã, à busca pela perfeição estética e pela pureza das formas. Nesse mesmo embalo, a idealização da beleza, da mulher e do amor voltam com carga total.

Em Portugal, as grandes navegações e o descobrimento do Brasil contribuem para um sentimento de nacionalismo e ufanismo, que será trabalhado poeticamente na obra prima de Camões: “Os lusíadas”.

Na poesia, as formas fixas tornam-se uma constante, e o soneto, importação da Itália, passa a ser uma das formas preferidas pelos escritores que buscam a perfeição. Além disso, a poesia também se faz presente em odes, elegias e epopeias.

Luís Vaz de Camões

Lírico dualidade = herança medieval portuguesa+ renascimento// o amor e o desconcerto do mundo.

Épico Os Lusíadas: representação do povo português, na figura do Vasco da Gama, como o grande povo navegador.