Teoria da comunicação

Linguagem é interação e depende também do interlocutor, ou seja, daquele a quem se destina a mensagem, o seu destinatário.

A comunicação humana é como uma espécie de circuito fechado e apenas ocorre através da interação harmônica entre todas as partes. Isso quer dizer que, para que ocorra a comunicação não basta alguém, um emissor, enviar uma mensagem, ela precisa encontrar um destinatário e esse destinatário também precisa compartilhar conhecimentos em comum com o emissor, para que seja capaz de compreendê-lo. Nesse módulo, iremos estudar um pouco como ocorre o fenômeno da comunicação de acordo com um teórico essencial para essa teoria: Roman Jackobson.

Antes de entrarmos em pormenores, precisamos compreender a comunicação como um processo interativo, que depende de todas as partes envolvidas para acontecer. Imagine uma mensagem de WhatsApp que você enviou para uma pessoa: você pode afirmar que houve comunicação até saber se a pessoa recebeu e leu a mensagem? Apesar de uma mensagem ser enviada e entregue, ela só irá cumprir sua função comunicativa quando for lida e compreendida pelo interlocutor, certo? Então, essa é a primeira lição desse módulo: a comunicação se faz a partir da interação entre seus interlocutores.

De maneira bem resumida, a comunicação ocorre quando um emissor, ou remetente, envia uma mensagem a um destinatário, ou receptor, e essa mensagem pode ser falada, escrita, pode ser uma imagem, um gif, um sticker, um gesto. Quando o receptor compreende a mensagem enviada, podemos dizer que houve sucesso na comunicação.

Claro que, além da vontade de se comunicar do emissor e da vontade de compreender a mensagem do receptor, outros fatores também são importantes para que essa comunicação funcione da maneira esperada. Então, aprofundando um pouco mais a discussão, podemos incluir os fatores: canal, código e contexto aos três que já conhecemos (emissor, destinatário e mensagem).

Quando o emissor envia uma mensagem em um determinado canal a um destinatário que compartilha o código no qual essa mensagem foi expressa e o contexto em que o emissor se encontra, a comunicação ocorre. Muitos termos técnicos agora? Tudo bem, porque vamos ver a seguir o que cada um significa.

emissor ou remetente

O emissor é aquele expressa a mensagem: a pessoa que fala, a pessoa que escreve, a pessoa que digita a mensagem em um messenger. Nesse texto que você está lendo agora, eu, Anna, sou a emissora. Quando você ouve um podcast, o emissor é aquele que está falando; quando você assiste a um telejornal, o emissor é o âncora ou o repórter.

destinatário ou receptor

Destinatário é aquele a quem a mensagem se dirige: aquele que lê, aquele que escuta. Nesse nosso texto, você que está lendo é o meu destinatário. Quando você vê um outdoor, você é o destinatário, quando você fala algo para um amigo, esse amigo torna-se o destinatário.

mensagem

A mensagem é o conteúdo, o conjunto de informações, que está sendo transmitido de um emissor a um destinatário. A mensagem que eu, Anna, estou passando para você nesse momento é o conteúdo sobre comunicação. Não é por acaso que o nome daquilo que você envia para outra pessoa pelo celular chama-se mensagem. Simples, não? Essa mensagem pode ser escrita, falada, cantada, dançada, gestual, enfim, pode ser transmitida de variadas formas, ou em variados códigos.

código

Código é o conjunto de símbolos e significados que precisam ser compartilhados pelo emissor e pelo destinatário. Nós, para nos comunicarmos nesse momento, estamos utilizando a modalidade escrita da língua portuguesa e você é capaz de me entender pois você, assim como eu, consegue ler em português. Para uma pessoa que apenas conhecesse a língua inglesa, esse texto seria de impossível compreensão.

Assim, podemos dizer que compartilhamos o mesmo código. Se, ao invés de texto, eu tivesse postado um vídeo com essas informações, ainda estaríamos utilizando a língua portuguesa como código, mas em sua modalidade falada.

Além disso, também utilizamos uma grande variedade de códigos para nos comunicarmos no nosso dia a dia: utilizamos gestos, vemos placas que têm apenas desenhos, mandamos uma série de emojis que têm significado próprios. Alguns de nós já utilizaram, inclusive, linguagem codificada para mandar bilhetes ou escrever por aí sem ser compreendido.

É importante lembrar, aqui, que para a comunicação fluir bem o destinatário precisa conhecer razoavelmente bem o código utilizado pelo emissor. Do contrário, podem ocorrer alguns ruídos de comunicação (vamos falar sobre eles logo mais), também conhecidos como mal entendidos ou incompreensão entre as partes. Imagine como seria uma conversa entre você, falando apenas português, com alguém que apenas fala russo. Nesse caso, o código língua portuguesa seria, possivelmente inútil, e vocês teriam que encontrar uma forma de se comunicar que fizesse sentido para os dois.

canal

O canal é pura e simplesmente o meio no qual, ou através do qual, a mensagem é transmitida. O canal que estamos utilizando nesse momento para nossa comunicação é esse website. Se esse conteúdo estivesse em um vídeo, vídeo seria o canal de transmissão. Também são canais de transmissão o e-mail, o WhatsApp, a Direct Message (DM), a fala, os jornais e revistas, a televisão, etc.

contexto

O contexto é conhecido como a situação comunicativa na qual os interlocutores se encontram e diz respeito a ambiente, tempo, espaço e demais circunstâncias enunciativas. No nosso caso aqui, estamos em um contexto educacional, pois a mensagem que eu estou enviando para você tem o intuito formativo. Além disso, estamos em um contexto virtual, pois essa mensagem se encontra em um website, e também em um contexto assíncrono, pois eu escrevi essa mensagem muito antes de você estar me lendo.

Se estivéssemos conversando frente a frente, estaríamos dividindo o mesmo contexto físico e temporal, mas ainda assim estaríamos em um contexto educacional. Tudo isso depende das circunstâncias nas quais ocorre a comunicação.

O contexto compartilhado contribui com a comunicação, pois tanto o emissor quanto o destinatário sabem que estão se comunicando sobre a mesma coisa. No nosso caso, você, leitor, sabe que toda a mensagem passada aqui diz respeito à comunicação e tem o intuito educativo. Você não irá interpretar tudo isso que você leu até aqui como uma piada ou como uma história fictícia, pois o contexto não dá chance para isso.

Ruídos de comunicação

Todos esses seis elementos da comunicação que vimos – emissor, destinatário, mensagem, código, canal e contexto – interagem entre si e determinam o sucesso na comunicação. Isso vale até mesmo para as comunicações mais simples e básicas. Quando você diz “vou ao banheiro e já volto” para alguém e essa pessoa compreende que você irá se ausentar brevemente, indo ao banheiro, mas que, depois disso, irá voltar para onde estava, houve sucesso na comunicação.

Mas, se, após ter dito “já volto” e saído, o seu destinatário decidir te acompanhar e entrar com você dentro do banheiro é porque alguma coisa saiu errada no processo de comunicação. Talvez esse destinatário não compartilhasse o código que você usou, talvez ele não tenha ouvido com clareza... de toda a forma, a mensagem não foi compreendida como deveria. Nesse caso, temos o que chamamos de ruído de comunicação.

Os ruídos de comunicação são, portanto, problemas que ocorrem na transmissão da mensagem e que afetam sua compreensão, fazendo com que a comunicação não tenha sucesso. Eles podem ocorrer por uma mensagem mal formulada, por desconhecimento do código, por uso inadequado do canal, por não compartilhamento de contexto, mas também por má vontade do destinatário.

Vale lembrar que para obter sucesso, além de todos os elementos que vimos anteriormente estarem adequados, os interlocutores também precisam de uma relação de boa vontade, ou de abertura para a compreensão.

Agora que você já estudou sobre os seis elementos da comunicação, vamos descobrir as seis funções da linguagem. Clique no botão para acessar as funções da linguagem.